Três elfos das sombras vagavam por uma floresta em Dulbien, discutiam o quanto discordavam de Filgorn e o quanto era impossível não se tornar um traidor tendo essa opinião. Filgorn era o elfo mais importante dos últimos séculos, ele sabia mover os elfos pelos seus sentimentos mais profundos. É impossível não ser atraído pela conversa dele. Impossível até para os Daerdrin que foram finalmente libertos do pacto de servidão, apesar de muitos deles acharem que ainda foi cedo.
O tempo era chuvoso como se esperava, mas mesmo com a chuva e a conversa animada não puderam deixar de ouvir um riso suave vindo do bosque. Todos deveriam ter seguido em frente, mas nenhum pode fazê-lo. O riso parecia o de um bebe, e era na verdade. Quando encontraram a criança viram uma menininha largada na grama e bem à vontade com a chuva. Ao lado dela um humano alto e vestido num engraçado traje esverdeado, completamente imóvel mergulhado no seu próprio sangue. Em pouco tempo a criança deixava a casa dos elfos indo com um grupo de diplomatas, primeiro ao recém criado reino dos Daerdrin, depois aos reinos élficos de Malfact e Drainroost e enfim de volta ao lugar de onde vieram esquivando da terra dos anões que ainda não toleram bem os humanos em sua maioria. O primeiro tempo com os elfos foi muito curto para eles, um ano e dois dias muito bem aproveitados e o tempo com os diplomatas humanos foi mais curto, dois meses nas terras a oeste dois ao sul e três em Drainroost.Quando finalmente a menina humana voltava ao seu povo todos comemoravam o nascimento do herdeiro real. Athos seria o nome da criança, Athos o bem quisto pelas estrelas, ou Athos o arauto da ruína dos deuses. Já havia vários boatos sobre o garoto e ninguém sabia onde tinham começado. Dentre os boatos a maioria era verdadeira exatamente da forma mais improvável possível e o mais simples era o mais perturbador se levado até a clareza que merece.
Havia algumas pessoas numa sala ampla sem janelas ou portas, apenas cadeiras e ansiedade e as pessoas mais importantes da exintência.
_Aver foi punida a pouco...
Avoz de cei arranhava as paredes e fazia dentes cerrarem em sorrisos insidiosos ou grunhidos. Havia um ar de disputa, uma competição velada pelo legado que Aver deixou, mas os herdeiros já tinham sido escolhidos e jamais entrariam nessa sala.
_Tenho certeza que ela te recebeu com aquele sorriso dela. Você é um maldito e o mais amado que já houve, ganhou até uma droga de um presente.
_Nos poupe de suas frustrações, se não se importava com Aver apenas fique quieto.
A ultima a falar foi Las repreendendo um homem acinzentado e tosco com aneis de metal furando a pele dos braços que tinham cada um o dobro do tamanho dela. Mesmo assim não a intimidava, a pequena Las com os olhos verde limão e o cabelo castanho avermelhado esvoaçante.
_Serão quatro os substitutos de Aver e os humanos não terão mais patrono.
Todos continuaram esperando que Cei falasse os nomes dos substitutos, mas alguns também imaginavam se agiriam como Aver que aceitou placidamente a destituição ou destruição. Não houve reação, não houve luta ou guerra. Todos saberiam caso houvesse, todos sentiram o ultimo suspiro da deusa . Ninguém foi convidado para a reunião, todos sabiam que aconteria.
_O crime dela foi tentar trazer outros para o nosso circulo, outros que já foram eliminados. - Ele joga simbolos no espaço entre eles _ Quero que adotem os seguidores dos sete caso eles queiram e quero também que não os hostilizem ou escravizem, eles tem cino seculos da minha proteção.
Nesse momento um homem no canto da sala se levantou e saiu, mas tinha um sorriso no rosto. Não era satisfação ou ironia. Era esperança de que desse tudo certo, de que seus planos iriam como o esperado. O fim de Aver foi um imprevisto, mas um dos bons. O destino era imprevisível, mas pré definido como se supõe.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Aver
Leighann tinha conseguido fugir de suas acompanhantes e como de costume acabou perdida entre os cômodos do castelo, pediria ajuda logo que encontrasse um ser vivo inteligente, porém mudou de idéia quando finalmente o encontrou. Um homem alto numa armadura prateada bem simples que tinha como únicos ornamentos três símbolos de deuses velhos. Era um homem de aparência simpática, mas parecia distante e perdido como ela.
_ Nunca vi o senhor por aqui. Quer ajuda?
_ Não, princesa. Vim parabenizá-la pelo seu casamento e me encontrar com um velho amigo elfo. Milldef, parece que vocês se conhecem.
Enquanto falava o homem se aproximou, era maior do que ela havia percebido. Faria Ashlen parecer bem normal, talvez até um pouco baixo. Ajoelhado quase a olhava nos olhos já que não era muito alta. Tomou sua mão entre as dele e ela se sentiu ainda menor, suas mãos pareciam tão infantis sobre aquelas luvas de aço polido.
_ Princesa, quero lhe avisar que sinto muito pelo que irá acontecer com a sua religião. Nada que eu faça vai poder corrigir isso, pelo menos não para mim. _ O homem olhava pro chão enquanto falava, parecia prestes a fazer algo que não queria, mas estava falando coisas insanas. O que ele poderia fazer sobre os deuses? _ Vou proteger vocês todos como ela iria querer.
_Não devia preocupar a princesa com isso. – A voz do elfo foi algo que ela já esperava ouvir, mas não poderia ter vindo em melhor tempo, ele sim poderia ter algo com os deuses, poderia ser um. Era o mago mais poderoso, o mortal mais poderoso, podia pressionar qualquer reino e se o fizesse seria em favor de Antharos. – Leighann, não esperava vê-la vagando por esses corredores sem graça, mas esqueça isso e me diga o que houve com o seu plano de mudar a capital para o litoral?
_ Não cansa de zombar disso, não é seu velho? Minha avó disse que você não a deixava em paz depois que ela te contou dos planos dela pra Arghan.
_Princesa, Milldef quer ver essa Arghan pronta há quase um século, elfos são pacientes, mas esse em especial é muito apressado. – O homem agora estava de pé e ao lado do elfo e assim o fazia parecer um brinquedo. – Milldef vai ficar triste de perder seu casamento, mas preciso dele.
_ Deixe que eu fale por mim mesmo. Leighann, preciso ir, adoraria assistir a união de vocês, mas eu e CEI temos assuntos inadiáveis. De meus parabéns ao Rei e diga a ele que seus planos para Arghan são um absurdo.
Os dois desapareceram numa explosão de faíscas brancas e azuis. A princesa continuava com a boca meio aberta tentando imaginar se era verdade o que ela tinha ouvido. Lembrou das pinturas nas paredes dos três castelos, uma delas a encarava nesse momento. Aver, a deusa dos homens e ao seu lado CEI o líder dos deuses os dois eram juntos o modelo da perfeição. O ar ainda vibrava quando ela voltou a si, tinha de se casar e de qualquer forma não haveria uma despedida para deusa dos homens além da despedida que ela faria.
_ Queria um dia poder olhar nos seus olhos, quantas vezes quis ser você. – ela falava para o desenho que cobria toda uma parede enquanto o tocava com a ponta dos dedos. _ Sonhava em merecer passar a eternidade ao seu lado, mas parece que vou viver mais que você.
_ Para sempre se isso depender de quão linda você é, minha princesa anda falando sozinha ?
_ Não seu príncipe implicante. Acho que estou atrasada. _ ela contorna o recém chegado e futuro rei de Antharos. _ Estou ansiosa para mais tarde. _ Ela se afasta e ele a segue com os olhos ainda sentindo o leve perfume floral e imaginando até a aonde iria por aquela garota. Até aonde iria para tirar aquele vestido.
Os pássaros cantavam irritantes e o sol brilhava tão feliz que até doía. Os dois podiam ver o caminho que cortava a grama até uma casinha de madeira e palha que soltava uma linha de fumaça e um cheiro agradável de pão. O elfo entregou ao humano a arma de um deus e o coração de outro, uma lamina de cristal que oscilava levemente de forma ao acaso e uma peça vermelha e translúcida que pulsava constantemente. Seriam troféus em outra ocasião, mas era uma mensagem dessa vez. O deus fez o caminho sozinho, deixou para trás o elo que não concordava em parte alguma com o que ele iria fazer. Aver estava do lado de fora da casa e o sorriso que trazia no rosto não traia o medo que sentia, estava resignada e de certa forma ate feliz. Poderia ser bem pior.
_ Eu lhe ofereceria pão se fosse do seu agrado.
_ Nunca leva as coisas muito a serio.- disse o deus pondo os objetos antes mencionados em cima de uma mesinha de madeira- Queria estar feliz como você.
_ Você sempre tão direto, vai anunciar a sentença agora? _ Aver falava quase em tom de brincadeira e isso o irritava ainda mais.
_ Você já sabe a sentença, estou esperando suas ultimas palavras. – O deus não conseguia a olhar nos olhos, o crime dela foi grave e a ordem não permite exceções.
_ Quero que meus domínios não sejam repartidos entre os seus deuses velhos. Quero que quatro novas forças assumam meu lugar, e essas já estão escolhidas. _ No fim da frase ela já podia sorrir, no fim ela conseguiu o que queria, seu pedido não seria negado.
_ Você não quer viver de forma alguma ? Achei que fosse ardilosa o bastante para conseguir fugir do seu destino.
_ Você não entendeu? Se eu não for mais uma deusa por que diabos me punirá por um crime divino. Tire o que me for divino e me atire aos mortais. Faça com que me esqueçam e faça com que me esqueça. Sabe que é isso que deve fazer ou então me matar logo.
_ Estou feliz que não tenha desistido. Esse é o seu adeus? As ultimas palavras que eu vou ouvir de você?
_ Não, são essas: Você vai acabar consumido pelo que devia dominar do mesmo jeito que o tempo.
_ Não duvido, mas ser o equilíbrio não é tão mal.
_ Está mais próximo da loucura.
_ Também vou sentir sua falta.
CEI se afastou um pouco e pegou de dentro de um espaço vazio uma esfera azulada, bem clara e indistinta. Aver estava nervosa e um pouco preocupada, valeria a pena viver sem se lembrar de tudo? Seria como ser um humano qualquer e isso ela nunca pode experimentar de verdade.
_ Vamos logo com isso, tenho medo de que o roubem enquanto usa. Me esqueça logo e me deixe viver de novo.
_ Espero que você possa me perdoar, dizem que esquecer as vezes basta. Adeus.
_ Nunca vi o senhor por aqui. Quer ajuda?
_ Não, princesa. Vim parabenizá-la pelo seu casamento e me encontrar com um velho amigo elfo. Milldef, parece que vocês se conhecem.
Enquanto falava o homem se aproximou, era maior do que ela havia percebido. Faria Ashlen parecer bem normal, talvez até um pouco baixo. Ajoelhado quase a olhava nos olhos já que não era muito alta. Tomou sua mão entre as dele e ela se sentiu ainda menor, suas mãos pareciam tão infantis sobre aquelas luvas de aço polido.
_ Princesa, quero lhe avisar que sinto muito pelo que irá acontecer com a sua religião. Nada que eu faça vai poder corrigir isso, pelo menos não para mim. _ O homem olhava pro chão enquanto falava, parecia prestes a fazer algo que não queria, mas estava falando coisas insanas. O que ele poderia fazer sobre os deuses? _ Vou proteger vocês todos como ela iria querer.
_Não devia preocupar a princesa com isso. – A voz do elfo foi algo que ela já esperava ouvir, mas não poderia ter vindo em melhor tempo, ele sim poderia ter algo com os deuses, poderia ser um. Era o mago mais poderoso, o mortal mais poderoso, podia pressionar qualquer reino e se o fizesse seria em favor de Antharos. – Leighann, não esperava vê-la vagando por esses corredores sem graça, mas esqueça isso e me diga o que houve com o seu plano de mudar a capital para o litoral?
_ Não cansa de zombar disso, não é seu velho? Minha avó disse que você não a deixava em paz depois que ela te contou dos planos dela pra Arghan.
_Princesa, Milldef quer ver essa Arghan pronta há quase um século, elfos são pacientes, mas esse em especial é muito apressado. – O homem agora estava de pé e ao lado do elfo e assim o fazia parecer um brinquedo. – Milldef vai ficar triste de perder seu casamento, mas preciso dele.
_ Deixe que eu fale por mim mesmo. Leighann, preciso ir, adoraria assistir a união de vocês, mas eu e CEI temos assuntos inadiáveis. De meus parabéns ao Rei e diga a ele que seus planos para Arghan são um absurdo.
Os dois desapareceram numa explosão de faíscas brancas e azuis. A princesa continuava com a boca meio aberta tentando imaginar se era verdade o que ela tinha ouvido. Lembrou das pinturas nas paredes dos três castelos, uma delas a encarava nesse momento. Aver, a deusa dos homens e ao seu lado CEI o líder dos deuses os dois eram juntos o modelo da perfeição. O ar ainda vibrava quando ela voltou a si, tinha de se casar e de qualquer forma não haveria uma despedida para deusa dos homens além da despedida que ela faria.
_ Queria um dia poder olhar nos seus olhos, quantas vezes quis ser você. – ela falava para o desenho que cobria toda uma parede enquanto o tocava com a ponta dos dedos. _ Sonhava em merecer passar a eternidade ao seu lado, mas parece que vou viver mais que você.
_ Para sempre se isso depender de quão linda você é, minha princesa anda falando sozinha ?
_ Não seu príncipe implicante. Acho que estou atrasada. _ ela contorna o recém chegado e futuro rei de Antharos. _ Estou ansiosa para mais tarde. _ Ela se afasta e ele a segue com os olhos ainda sentindo o leve perfume floral e imaginando até a aonde iria por aquela garota. Até aonde iria para tirar aquele vestido.
Os pássaros cantavam irritantes e o sol brilhava tão feliz que até doía. Os dois podiam ver o caminho que cortava a grama até uma casinha de madeira e palha que soltava uma linha de fumaça e um cheiro agradável de pão. O elfo entregou ao humano a arma de um deus e o coração de outro, uma lamina de cristal que oscilava levemente de forma ao acaso e uma peça vermelha e translúcida que pulsava constantemente. Seriam troféus em outra ocasião, mas era uma mensagem dessa vez. O deus fez o caminho sozinho, deixou para trás o elo que não concordava em parte alguma com o que ele iria fazer. Aver estava do lado de fora da casa e o sorriso que trazia no rosto não traia o medo que sentia, estava resignada e de certa forma ate feliz. Poderia ser bem pior.
_ Eu lhe ofereceria pão se fosse do seu agrado.
_ Nunca leva as coisas muito a serio.- disse o deus pondo os objetos antes mencionados em cima de uma mesinha de madeira- Queria estar feliz como você.
_ Você sempre tão direto, vai anunciar a sentença agora? _ Aver falava quase em tom de brincadeira e isso o irritava ainda mais.
_ Você já sabe a sentença, estou esperando suas ultimas palavras. – O deus não conseguia a olhar nos olhos, o crime dela foi grave e a ordem não permite exceções.
_ Quero que meus domínios não sejam repartidos entre os seus deuses velhos. Quero que quatro novas forças assumam meu lugar, e essas já estão escolhidas. _ No fim da frase ela já podia sorrir, no fim ela conseguiu o que queria, seu pedido não seria negado.
_ Você não quer viver de forma alguma ? Achei que fosse ardilosa o bastante para conseguir fugir do seu destino.
_ Você não entendeu? Se eu não for mais uma deusa por que diabos me punirá por um crime divino. Tire o que me for divino e me atire aos mortais. Faça com que me esqueçam e faça com que me esqueça. Sabe que é isso que deve fazer ou então me matar logo.
_ Estou feliz que não tenha desistido. Esse é o seu adeus? As ultimas palavras que eu vou ouvir de você?
_ Não, são essas: Você vai acabar consumido pelo que devia dominar do mesmo jeito que o tempo.
_ Não duvido, mas ser o equilíbrio não é tão mal.
_ Está mais próximo da loucura.
_ Também vou sentir sua falta.
CEI se afastou um pouco e pegou de dentro de um espaço vazio uma esfera azulada, bem clara e indistinta. Aver estava nervosa e um pouco preocupada, valeria a pena viver sem se lembrar de tudo? Seria como ser um humano qualquer e isso ela nunca pode experimentar de verdade.
_ Vamos logo com isso, tenho medo de que o roubem enquanto usa. Me esqueça logo e me deixe viver de novo.
_ Espero que você possa me perdoar, dizem que esquecer as vezes basta. Adeus.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
O conselho de prata
Cinco homens estavam reunidos em uma sala do castelo onde o rei deveria administrar seu reino. Eles eram um conselho que foi reunido para governar desde a morte do rei antigo ao casamento da princesa e hoje eles perderiam o poder que tiveram durante alguns anos enquanto o rei descuiddo que não gostava da posição governou. Estavam terminando de sumir com o que nunca deveria ser visto, papeis que não podiam de maneira alguma chegar ao conhecimento da realeza. Aproveitavam para se despedir daquelas paredes, iriam levar uma proposta de criação de um parlamento irrevogavel ao rei, mas tinham poucas esperanças, pois príncipes são sempre tão ávidos por poder como eles mesmos.
O ranger da porta principal do escritório assustou todos os nobres, imóveis eles esperaram uma figura bem vestida entrar na sala devagar, o tutor da princesa não precisava se apresentar e provavelmente sua presença não era um bom augúrio.
_ Os senhores esqueceram-se de levar algo hoje cedo quando levaram os seus pertences desse castelo?
Todos fizeram um silêncio que seria interpretado como culpado caso eles não estivessem na verdade pensando na possibilidade do homicídio. Talvez tivessem tentado não fosse a voz doce que chamou o homem para fora do escritório. Salvos por uma sereia qualquer, esconderam os papeis entre a lenha na lareira e saíram por uma passagem a esquerda. Quando o homem voltou não encontrou nenhum dos cinco, apenas um tabuleiro de xadrez feito sobre um mapa do mundo, analisou o jogo por um tempo e então foi fazer o que devia. Encontrar algo que provasse que Ecktor era um nobre e tinha terras ao sul. Trabalho fácil, as terras foram transferidas a ele pelo pai, Duque de Alchard, terras ao sul, sim. Pegou os documentos que provavam a posse e a morte do antigo duque assim como a herança do novo. Não pode sair da sala sem mexer no tabuleiro, o cavalo derrubou o bispo.
_Xeque. – disse antes de sair apressado pelos corredores, não queria perder a melhor parte.
Os seis deuses esavam esperando Aver chegar, todos estavam ansiosos pelo que ela tinha prometido. Um poder que estava além do alcance deles, o poder dos grandes deuses, o poder de não ser como moscas no julgamento de Cei, o deus algoz. O deus que era a grande muralha entre eles e o poder que queriam, o juiz dos deuses e dos mortais. Ele ditava as regras e Aver ia tentar burla-las para que eles estivessem no proximo conselho de deuses.
Os mais fortes eram dois, um tão poderoso quanto o outro. O que gostava de se chamar o deus da austúcia e o outro que era o deus da coragem, eram um elfo e um humano. Os dois estavam mais preocupados que o resto, tinham mais consciência de o quanto eram mais fracos que os grandes deuses. Que os deuses e que a cupula de prata de Mildef.
_ Acho melhor irmos embora, Aver não vem. Tenho certeza.
_Para o deus da coragem você não está muito "corajoso"...
Quando a ultima palavra soou na voz musical do elfo ele se arrependeu do que disse. Porque sentiu que algo estava errado, uma armadilha estava prestes a ser executada e ele era a presa. Tentou fugir com uma magia mas ela foi interrompida. Estavam todos lá, o conselho dos magos da cupula logo atras de Cei, o deus da morte, da vida e da ordem. Mildeff ao lado direito bem perto deles, Naive era o mais distante e tinha aquele semblante contratiado que talvez o fizesse fraco. Aezen estava mais perto que esse e era tão surreal em que parecia mais divino que os deuses ali, mais até que O deus algoz com sua capa de banalidade. Hina e Filgorn estavam logo atras dos dois primeiros, Hina era uma mulher feita de pedra e Filgorn um elfo um pouco sadico com os malfeitores. Heiran estava literalmente um passo a frente de Naive, mas não conseguia conter a insatisfação, parecia prestes a explodir contra os colegas, mas não o fez. Juntos eles tornaram rápidos os ultimos momentos daqueles deuses, porque eles não tinham futuro algum e deviam ter morrido sem lutar.
_ Suas ultimas palavras senhores. - Cei foi o ultimo a falar.
O ranger da porta principal do escritório assustou todos os nobres, imóveis eles esperaram uma figura bem vestida entrar na sala devagar, o tutor da princesa não precisava se apresentar e provavelmente sua presença não era um bom augúrio.
_ Os senhores esqueceram-se de levar algo hoje cedo quando levaram os seus pertences desse castelo?
Todos fizeram um silêncio que seria interpretado como culpado caso eles não estivessem na verdade pensando na possibilidade do homicídio. Talvez tivessem tentado não fosse a voz doce que chamou o homem para fora do escritório. Salvos por uma sereia qualquer, esconderam os papeis entre a lenha na lareira e saíram por uma passagem a esquerda. Quando o homem voltou não encontrou nenhum dos cinco, apenas um tabuleiro de xadrez feito sobre um mapa do mundo, analisou o jogo por um tempo e então foi fazer o que devia. Encontrar algo que provasse que Ecktor era um nobre e tinha terras ao sul. Trabalho fácil, as terras foram transferidas a ele pelo pai, Duque de Alchard, terras ao sul, sim. Pegou os documentos que provavam a posse e a morte do antigo duque assim como a herança do novo. Não pode sair da sala sem mexer no tabuleiro, o cavalo derrubou o bispo.
_Xeque. – disse antes de sair apressado pelos corredores, não queria perder a melhor parte.
Os seis deuses esavam esperando Aver chegar, todos estavam ansiosos pelo que ela tinha prometido. Um poder que estava além do alcance deles, o poder dos grandes deuses, o poder de não ser como moscas no julgamento de Cei, o deus algoz. O deus que era a grande muralha entre eles e o poder que queriam, o juiz dos deuses e dos mortais. Ele ditava as regras e Aver ia tentar burla-las para que eles estivessem no proximo conselho de deuses.
Os mais fortes eram dois, um tão poderoso quanto o outro. O que gostava de se chamar o deus da austúcia e o outro que era o deus da coragem, eram um elfo e um humano. Os dois estavam mais preocupados que o resto, tinham mais consciência de o quanto eram mais fracos que os grandes deuses. Que os deuses e que a cupula de prata de Mildef.
_ Acho melhor irmos embora, Aver não vem. Tenho certeza.
_Para o deus da coragem você não está muito "corajoso"...
Quando a ultima palavra soou na voz musical do elfo ele se arrependeu do que disse. Porque sentiu que algo estava errado, uma armadilha estava prestes a ser executada e ele era a presa. Tentou fugir com uma magia mas ela foi interrompida. Estavam todos lá, o conselho dos magos da cupula logo atras de Cei, o deus da morte, da vida e da ordem. Mildeff ao lado direito bem perto deles, Naive era o mais distante e tinha aquele semblante contratiado que talvez o fizesse fraco. Aezen estava mais perto que esse e era tão surreal em que parecia mais divino que os deuses ali, mais até que O deus algoz com sua capa de banalidade. Hina e Filgorn estavam logo atras dos dois primeiros, Hina era uma mulher feita de pedra e Filgorn um elfo um pouco sadico com os malfeitores. Heiran estava literalmente um passo a frente de Naive, mas não conseguia conter a insatisfação, parecia prestes a explodir contra os colegas, mas não o fez. Juntos eles tornaram rápidos os ultimos momentos daqueles deuses, porque eles não tinham futuro algum e deviam ter morrido sem lutar.
_ Suas ultimas palavras senhores. - Cei foi o ultimo a falar.
O campeão
Ashlen finalmente se rendeu e só não morreu com o peso do corpo sobre a espada, porque o inimigo a arrancou antes disso e o carregou apressado para o clérigo que curava Harfer. O braço de Harfer melhoraria, iria o deixar terminar de curar sem magia, queria a cicatriz. Ashlen foi tratado da melhor maneira possível, o sangramento parou e mesmo assim ele continuava inconsciente.
Ecktor tinha ajeitado novamente o cabelo que agora estava mais sujo de sangue. Com a armadura manchada ele parecia um demônio ou um herói obrigado a matar. Ele andou até a frente do rei, o público estava mantendo um silêncio dramático. A princesa tinha parado de chorar, mas apenas para implorar a Ishtar que não lutasse contra aquele homem. O guerreiro com a armadura cheia de sangue esperou o futuro rei se desvencilhar de Leighann e descer á arena para jogar a espada para o lado e cair de joelhos.
Ishtar olhava a multidão tentando entender o que tinha acontecido, pois eles gritavam de surpresa e alivio. Ecktor olhava os olhos gratos da futura rainha, os lindos olhos gratos da futura rainha que cruzaram com os seus pelo que pareceu toda a eternidade, então ela desviou os olhos para o chão e ele soube que tinha apenas começado a sofrer. Era inevitável vê-la tão de perto e não cair de amores pela menina, uma menina incrivel num vestido de mulher.
_ Meu rei, vim lhe implorar para ser seu campeão. Harfer não serve a ti e sim a Antharos, Ashlen é o campeão de outro reino. Permita-me ser o campeão do senhor, meu rei.
A multidão ouviu e era impossível duvidar de que tinham aprovado o homem. Um lutador fantástico, mas ser o campeão do rei não era somente isso.
_ Rei, tenho homens treinados e equipados, tenho terras ao sul na fronteira com a brigada e títulos de nobreza. Senhor rei, deixe-me ao menos servi-lo como um soldado.
A princesa olhava o chão, não queria se importar com o que acontecia, mas já era tarde. O rei sem opção:
_ Ecktor, eu o Rei de Antharos o torno agora Sir. Eu o torno agora meu servo e homem do exercito de Antharos. – O rei o consagrou com a espada da família real, a primeira e mais malfada de todas as consagrações que o rei faria.
Então Ecktor se levantou, guardou a espada e selou o pacto com o beijo ritual no rei, essa atitude era esperada por Ishtar que também tinha esse costume no seu reino, mas a Princesa não conseguiu conter um riso embaraçado e uns pensamentos inadequados a sua posição. Nesse momento sabendo que os desafios haviam acabado um grupo de garotas com ar virginal entra na arena carregando cestinhas com flores que são jogadas no casal real. Todas vestidas de branco dançando e causando uma confusão de vultos brancos, risos, perfume e flores, mas uma delas tinha os olhos fixos em Ecktor que se ainda tivesse controle sobre os seus sentimentos se deixaria levar de imediato por aqueles olhos castanhos avermelhados.
A futura rainha via seu príncipe como sempre, inabalável frente à confusão, para ela ele era uma certeza, mas uma certeza de necessidade. O rei de Antharos precisaria dela mais do que poderia imaginar. A rainha foi levada pelas meninas, o desafiante foi levado para tratar do pescoço, apenas o futuro rei ficou. Sozinho por um tempo olhando para a arquibancada cheia antes de ser levado pelos servos que cuidariam das próximas cerimônias.
O ceu era um mar cinza cortado por descagas elétricas, mas nenhuma gota e água tocava o solo. Jamais. Um vulto se esgueirava de sombra em sombra em direção ao grande castelo de ferro escuro que os monstros alados circulavam como abutres circulam a carniça. Os monstros eram grandes como dez homens, mas não tinham olhos, seguiam apenas o cheiro e os sons então o vulto seguiu seu caminho. Se esgueirou pela porta da frente e passou pelo labirinto e passou pelo fosso de fogo e passou pelo grande dragão de pedra que guardava as portas mais sagradas.
_ Meu mestre me mandou com um ultimato. Tuas títeres entre os mortais não serão toleradas. Seus filhos se ousarem ir contra a ordem divina serão destruidos junto contigo.
A princípio a sombra parecia falar com o vazio entre as esculturas, esculturas feitas de ferro ou pedras tão negras quanto ela, mas ao proferir a ultima palavra uma delas se mecheu levemente. Uma mulher de pele perfeitamente lisa, o corpo misturava a perfeição feminina com a força da pedra de que era feita. Os olhos se abriram como rachaduras que deixavam vazar o fogo que ardia sob a superfície e isso se repetia com todos os seus minimos movimentos.
_Diga que será como Cei desejar e diga também que os dias dele não serão tão longos se não me deixar em paz. Agora suma pelo buraco de onde veio.
E a sombra obedeceu a mulher em chamas e então o fogo sumiu deixando a superfície perfeitamente lisa e pacífica da estatua que ela era.
Ecktor tinha ajeitado novamente o cabelo que agora estava mais sujo de sangue. Com a armadura manchada ele parecia um demônio ou um herói obrigado a matar. Ele andou até a frente do rei, o público estava mantendo um silêncio dramático. A princesa tinha parado de chorar, mas apenas para implorar a Ishtar que não lutasse contra aquele homem. O guerreiro com a armadura cheia de sangue esperou o futuro rei se desvencilhar de Leighann e descer á arena para jogar a espada para o lado e cair de joelhos.
Ishtar olhava a multidão tentando entender o que tinha acontecido, pois eles gritavam de surpresa e alivio. Ecktor olhava os olhos gratos da futura rainha, os lindos olhos gratos da futura rainha que cruzaram com os seus pelo que pareceu toda a eternidade, então ela desviou os olhos para o chão e ele soube que tinha apenas começado a sofrer. Era inevitável vê-la tão de perto e não cair de amores pela menina, uma menina incrivel num vestido de mulher.
_ Meu rei, vim lhe implorar para ser seu campeão. Harfer não serve a ti e sim a Antharos, Ashlen é o campeão de outro reino. Permita-me ser o campeão do senhor, meu rei.
A multidão ouviu e era impossível duvidar de que tinham aprovado o homem. Um lutador fantástico, mas ser o campeão do rei não era somente isso.
_ Rei, tenho homens treinados e equipados, tenho terras ao sul na fronteira com a brigada e títulos de nobreza. Senhor rei, deixe-me ao menos servi-lo como um soldado.
A princesa olhava o chão, não queria se importar com o que acontecia, mas já era tarde. O rei sem opção:
_ Ecktor, eu o Rei de Antharos o torno agora Sir. Eu o torno agora meu servo e homem do exercito de Antharos. – O rei o consagrou com a espada da família real, a primeira e mais malfada de todas as consagrações que o rei faria.
Então Ecktor se levantou, guardou a espada e selou o pacto com o beijo ritual no rei, essa atitude era esperada por Ishtar que também tinha esse costume no seu reino, mas a Princesa não conseguiu conter um riso embaraçado e uns pensamentos inadequados a sua posição. Nesse momento sabendo que os desafios haviam acabado um grupo de garotas com ar virginal entra na arena carregando cestinhas com flores que são jogadas no casal real. Todas vestidas de branco dançando e causando uma confusão de vultos brancos, risos, perfume e flores, mas uma delas tinha os olhos fixos em Ecktor que se ainda tivesse controle sobre os seus sentimentos se deixaria levar de imediato por aqueles olhos castanhos avermelhados.
A futura rainha via seu príncipe como sempre, inabalável frente à confusão, para ela ele era uma certeza, mas uma certeza de necessidade. O rei de Antharos precisaria dela mais do que poderia imaginar. A rainha foi levada pelas meninas, o desafiante foi levado para tratar do pescoço, apenas o futuro rei ficou. Sozinho por um tempo olhando para a arquibancada cheia antes de ser levado pelos servos que cuidariam das próximas cerimônias.
O ceu era um mar cinza cortado por descagas elétricas, mas nenhuma gota e água tocava o solo. Jamais. Um vulto se esgueirava de sombra em sombra em direção ao grande castelo de ferro escuro que os monstros alados circulavam como abutres circulam a carniça. Os monstros eram grandes como dez homens, mas não tinham olhos, seguiam apenas o cheiro e os sons então o vulto seguiu seu caminho. Se esgueirou pela porta da frente e passou pelo labirinto e passou pelo fosso de fogo e passou pelo grande dragão de pedra que guardava as portas mais sagradas.
_ Meu mestre me mandou com um ultimato. Tuas títeres entre os mortais não serão toleradas. Seus filhos se ousarem ir contra a ordem divina serão destruidos junto contigo.
A princípio a sombra parecia falar com o vazio entre as esculturas, esculturas feitas de ferro ou pedras tão negras quanto ela, mas ao proferir a ultima palavra uma delas se mecheu levemente. Uma mulher de pele perfeitamente lisa, o corpo misturava a perfeição feminina com a força da pedra de que era feita. Os olhos se abriram como rachaduras que deixavam vazar o fogo que ardia sob a superfície e isso se repetia com todos os seus minimos movimentos.
_Diga que será como Cei desejar e diga também que os dias dele não serão tão longos se não me deixar em paz. Agora suma pelo buraco de onde veio.
E a sombra obedeceu a mulher em chamas e então o fogo sumiu deixando a superfície perfeitamente lisa e pacífica da estatua que ela era.
sábado, 5 de setembro de 2009
O campeão de Arckthee
A multidão estava gritando tão alto que somente Harfer ouviu Ecktor falar. A princesa chorava e isso quase levou o campeão ao desamparo completo. Era uma falha e ela ainda se importava com ele. A maior monarca do mundo se importava com o ferimento em seu braço e em seu orgulho, ele sabia disso pelo modo como ela o olhava. Mistura de orgulho e pena. Ela a viu tentar esticar a mão em sua direção, porém Leighann se conteve e tentou não estragar a cerimônia. O príncipe estava feliz, pois Ashlen iria arrancar a cabeça do outro homem e não tinha o menor medo de pisar na arena mesmo sabendo que seria desnecessário. Harfer nunca ficou tão emocionado ao perder uma luta, iria mostrar ao maldito Ecktor o motivo de ser o campeão de Antharos.
O príncipe levantou a mão e todos se calaram, sérios. Ninguém esperava que o futuro rei impedisse a comemoração. Ele encarou Ecktor e disse.
_ Parabéns. Vá e faça o povo gritar mais alto. _ O príncipe estava tão régio trajando o equipamento de guerra real que seu pedido à Ashlen parecia uma ordem_ Lutem homens, lutem bem.
_ Espada boa rapaz, armadura melhor ainda, mas nem um exército te protegeria de mim. Vou arrancar esse seu sorriso idiota dente por dente. _ As ultimas palavras escaparam do campeão como um grunhido ferino.
_ Vai lutar bem e eu vou vencer. Não tenha esperanças, mas não torne isso fácil Ashlen._ O sorriso de Ecktor parecia prestes a rasgar o rosto. Os dentes perfeitamente brancos e alinhados eram o mais estranho sobre ele.
Ashlen tirou a espada que tinha guardado na bainha. A intensidade da atenção do público causava uma ansiedade estranha. O silêncio era pesado, tão intenso que o único som além do dos movimentos dos dois guerreiros era o som da respiração das pessoas, quase se podia ouvir seus corações pulsando desesperados. Ashlen ensaiou um movimento com a espada e um suspiro assustado da princesa foi contido. Ela queria que tudo parasse.
Ecktor deu um passo para frente brandindo a espada como se fosse uma criança fingindo ser herói. O sorriso ainda persistia quando Ashlen atacou. O golpe foi aparado e uma gargalhada foi a replica ao golpe. Logo Ashlen atacou de novo e de novo. Novamente o desafiante aparou e sorriu. Quanto mais forte Ashlen acertava, quanto mais era necessário recuar para aparar os golpes mais ele sorria. As pessoas expressavam surpresa, alguns raiva outros paixão, mas no total ainda estava silencioso. Ashlen urrava de esforço, as faíscas pareciam não ter fim e as espadas vibravam prestes a rachar. No fim o homem da armadura dourada ria e pulava animado.
Ashlen percebeu uma falha na defesa do adversário lá pelo vigésimo golpe, os dois já estavam quase ao alcance do público quando ele tentou um ataque mais rápido e mais forte aproveitando um deslize do adversário. Deslize falso, isso Ashlen não sabia e só percebeu quando o homem girou parando as costas dele e fez um corte vertical. O som era de couro sendo cortado tão endurecida era a pele dele, o sangue jorrou quase sem som, o corte foi superficial demais. O que Ashlen agradeceu muito, pois a luta poderia ter acabado se o oponente tivesse sido um segundo mais rápido. Ashlen virou rapidamente o corpo. O sangue manchava o chão, a princesa soluçava, a multidão urrava e o príncipe tremia.
Ashlen já não sentia a dor, apenas raiva por ter sido enganado. Nenhum homem até o momento tinha sido capaz de aparar seus golpes com essa facilidade a ponto de preparar uma armadilha dessas. Bastardo rápido esse. Avançaram juntos as espadas causaram mais faíscas, o som de aço aranhando aço já tinha se tornado um incomodo a maioria dos espectadores. O esforço fez as costas de Ashlen sangrarem mais ainda enquanto o som da pele sendo rasgada levava aos rostos uma expressão de horror. A espada do campeão foi atirada a três passos junto com mais um pedaço do seu orgulho. A espada do adversário também foi ao chão, atirada para a direita. Logo uma mão apertava a garganta de Ashlen o tirando do chão enquanto o outro braço segurava o pulso direito tão forte que o estalar molhado dos ossos era alto e repugnante.
O rosto de Ashlen estava vermelho, as veias saltando, os olhos esbugalhados. A garganta não deixava passar ar nenhum. A traquéia rachava aos poucos sob o aperto das luvas douradas. No momento o silêncio mortal era quebrado apenas pelas risadas do desafiante e os soluços da princesa. Enquanto ela chorava, Ecktor ria se deliciando com a situação do inimigo que parecia prestes a explodir.
Os sons estavam distorcidos, a luz começava a fugir do mundo assim como o ar de seus pulmões. Ashlen começava a pensar que perder de vez a consciência seria melhor. O sabor do próprio sangue infestava sua boca, o chão parecia fugir e as coisas aconteciam em câmera lenta. Não ouvia mais a voz do seu príncipe. Na verdade no meio da confusão que os sons viraram ele só conseguia distinguir dois, o riso divertido de Ecktor que em outras circunstancias seria o de um amigo intimo rindo de uma piada velha e nostálgica e a prece da princesa. “Não deixe meu príncipe lutar, por favor, não deixe.” Ashlen sentia nojo do som que Ecktor fazia mesmo tendo ele mesmo feito esse som enquanto matava homens das fileiras inimigas. A prece da princesa o fez lembrar-se que tinha uma chance mesmo não podendo mais ver o rosto do inimigo.
Chutou com a perna esquerda, sem efeito. Acabou prendendo o pé na cintura do homem. O riso aumentou de volume. Era tudo que podia ouvir. Não conseguia nem mesmo ouvir o seu pescoço estalar nas mãos do guerreiro sádico. Empurrou o pé esquerdo para baixo e deu uma joelhada no rosto do homem com o joelho protegido por malha e joelheira. Ecktor nem percebeu o golpe, muito menos tentou evitá-lo. Somente recuou alguns passos enquanto a multidão parecia em êxtase, seu maxilar estava deslocado e Ashlen cambaleava recuperando os sentidos.
A princesa gritou de alegria, para ela seu príncipe estava salvo naquele momento. O príncipe estava tenso, muito tenso e indeciso queria lutar e ganhar. Mas seria capas de vencer um guerreiro mais forte que Ashlen fora de um torneio, num duelo de arena? Talvez fosse impossível vencer esse homem assim. Sua esperança era torcer por Ashlen.
O homem vestido de dourado pôs o queixo no lugar com um estalo molhado parecido com os que se ouvem nos açougues. Muita gente se contorceu ao ouvir esse som vindo de um ser humano. Ecktor ria, mas agora cheio de ódio. Ashlen pegava sua espada no chão ainda sonso.
_Maldito, devia ter esperado e apagado. Agora vai doer Ashlen. Vai doer muito.
Nesse momento eles riram juntos pela ameaça, ambos sabiam que seria levada a cabo. Os dois sabiam que iria doer mais do que Ashlen queria. Ecktor pegou a sua espada e fincou-a no chão alguns passos distante de onde estava e fez sinal para a arquibancada. A torcida estava quase toda a favor dele agora.
O ar parecia vibrar o som ficava cada vez mais alto e bagunçado. Parecia um rugido interminável. Harfer numa maca com o braço enfaixado e entalado, porém ainda sangrando muito mais do que podia, fazia sinais para Ashlen, o guerreiro de dourado estava sempre um passo a frente. Estaria sempre um passo a frente de Ashlen, que ainda não podia ver direito, mas estava se aproveitando do tempo dado por Ecktor para se recuperar.
Ashlen tentou aproveitar mais ainda o momento com uma investida surpresa. Ecktor percebeu, rolou no chão e pegou a espada quebrada de Harfer no chão. Bloqueio perfeito, porém a lamina cedeu mais ainda. A lamina quente de Ashlen fez um corte superficial no pescoço do inimigo. O sangue encharcou o cabelo e sujou ainda mais a armadura. Ironicamente manchando a rosa branca de vermelho. O silêncio que a torcida fez até poder avaliar o dano foi demais para a princesa, ela viu o sangue escapando do ferimento no pescoço por entre os dedos enluvados do guerreiro e caiu nos braços do príncipe em um pranto descontrolado. Essa selvageria era desnecessária. Deveria ser uma festa com dança e música. O espetáculo de sangue não era o que ela queria, mesmo que o sangue tenha dado a ela tudo que tinha e teria.
A multidão voltou a fazer barulho quando Ecktor jogou o cabelo sujo de sangue para trás num gesto quase esnobe. Ashlen xingou baixo, mas mesmo que tivesse gritado a plenos pulmões não teria ouvido a própria voz. Até a princesa levantou para olhar do meio do choro tamanho o barulho que as pessoas faziam. Ela sentia a armadura do príncipe vibrar entre seus braços ressonando com a torcida inflamada.
Ecktor avançou e Ashlen recuou até que ele pudesse estar de novo com sua espada na mão. Os dois se olharam, trocaram um comprimento cordial e então Ashlen avançou como um louco e saltou a três passos de Ecktor, iria cortá-lo ao meio se acertasse. Ecktor correu, lançou a espada quebrada de Harfer na direção de Ashlen, acertou em cheio. A lamina fez uma chuva vermelha se misturar a areia fina da arena. Ela não atingiu nenhum osso pelo som, apenas os músculos de Ashlen que apesar da dor não se moveu um centímetro. Fez o ataque como deveria. A espada de Ecktor estava no caminho, porém não houve resistência. Ecktor se jogou de costas no chão aproveitando a corrida para escorregar por baixo de Ashlen. Seu próximo movimento calou o público. A espada atravessa o peito de Ashlen enquanto com a mão esquerda ele aproximava o inimigo desesperado, puxando-o pelo braço da espada. A luta havia acabado, antes de Ashlen desistir eles ainda dançaram despejando sangue no chão e urros de dor no ar.
Estrelas. Até onde os olhos podem alcançar apenas estrelas brilhando e do meio delas surge o homem que vestia o manto marrom agora vestido em cinza e verde e sem capuz. O rosto magro e as orelhas pontudas, os olhos escuros, porém gentis enquanto o sorriso animado e traiçoeiro é o verdadeiro semblante.
_ Venho pedir um favor.
_ Todos podem fazer desejos as estrelas. – A voz parecia vir de todos os lados.
_ Quero que uma criança tenha um augúrio especial. Quero sua benção maior para ela, quero sua marca nela. Essa criança especial nascerá de uma mulher dos homens. Dou a você um vislumbre do destino se me ajudar. – O silêncio durou pouco, mas poderia ter durado a eternidade, pois a resposta serie a mesma.
_ Sua criança será. Agora me de o destino que prometeu. – E o homem sorriu mais largo.
O deus dos caminhos, da sorte e do tempo pode ver até onde nenhum outro pôde. Nem o homem que lhe deu isso poderia olhar tão longe. Não houve mais deus do tempo, da sorte ou do caminho. Depois do choque com o destino havia apenas uma casca esperando para ser quebrada não houve mais palavras entre as estrelas, pois seu deus jamais se moveria de novo.
O príncipe levantou a mão e todos se calaram, sérios. Ninguém esperava que o futuro rei impedisse a comemoração. Ele encarou Ecktor e disse.
_ Parabéns. Vá e faça o povo gritar mais alto. _ O príncipe estava tão régio trajando o equipamento de guerra real que seu pedido à Ashlen parecia uma ordem_ Lutem homens, lutem bem.
_ Espada boa rapaz, armadura melhor ainda, mas nem um exército te protegeria de mim. Vou arrancar esse seu sorriso idiota dente por dente. _ As ultimas palavras escaparam do campeão como um grunhido ferino.
_ Vai lutar bem e eu vou vencer. Não tenha esperanças, mas não torne isso fácil Ashlen._ O sorriso de Ecktor parecia prestes a rasgar o rosto. Os dentes perfeitamente brancos e alinhados eram o mais estranho sobre ele.
Ashlen tirou a espada que tinha guardado na bainha. A intensidade da atenção do público causava uma ansiedade estranha. O silêncio era pesado, tão intenso que o único som além do dos movimentos dos dois guerreiros era o som da respiração das pessoas, quase se podia ouvir seus corações pulsando desesperados. Ashlen ensaiou um movimento com a espada e um suspiro assustado da princesa foi contido. Ela queria que tudo parasse.
Ecktor deu um passo para frente brandindo a espada como se fosse uma criança fingindo ser herói. O sorriso ainda persistia quando Ashlen atacou. O golpe foi aparado e uma gargalhada foi a replica ao golpe. Logo Ashlen atacou de novo e de novo. Novamente o desafiante aparou e sorriu. Quanto mais forte Ashlen acertava, quanto mais era necessário recuar para aparar os golpes mais ele sorria. As pessoas expressavam surpresa, alguns raiva outros paixão, mas no total ainda estava silencioso. Ashlen urrava de esforço, as faíscas pareciam não ter fim e as espadas vibravam prestes a rachar. No fim o homem da armadura dourada ria e pulava animado.
Ashlen percebeu uma falha na defesa do adversário lá pelo vigésimo golpe, os dois já estavam quase ao alcance do público quando ele tentou um ataque mais rápido e mais forte aproveitando um deslize do adversário. Deslize falso, isso Ashlen não sabia e só percebeu quando o homem girou parando as costas dele e fez um corte vertical. O som era de couro sendo cortado tão endurecida era a pele dele, o sangue jorrou quase sem som, o corte foi superficial demais. O que Ashlen agradeceu muito, pois a luta poderia ter acabado se o oponente tivesse sido um segundo mais rápido. Ashlen virou rapidamente o corpo. O sangue manchava o chão, a princesa soluçava, a multidão urrava e o príncipe tremia.
Ashlen já não sentia a dor, apenas raiva por ter sido enganado. Nenhum homem até o momento tinha sido capaz de aparar seus golpes com essa facilidade a ponto de preparar uma armadilha dessas. Bastardo rápido esse. Avançaram juntos as espadas causaram mais faíscas, o som de aço aranhando aço já tinha se tornado um incomodo a maioria dos espectadores. O esforço fez as costas de Ashlen sangrarem mais ainda enquanto o som da pele sendo rasgada levava aos rostos uma expressão de horror. A espada do campeão foi atirada a três passos junto com mais um pedaço do seu orgulho. A espada do adversário também foi ao chão, atirada para a direita. Logo uma mão apertava a garganta de Ashlen o tirando do chão enquanto o outro braço segurava o pulso direito tão forte que o estalar molhado dos ossos era alto e repugnante.
O rosto de Ashlen estava vermelho, as veias saltando, os olhos esbugalhados. A garganta não deixava passar ar nenhum. A traquéia rachava aos poucos sob o aperto das luvas douradas. No momento o silêncio mortal era quebrado apenas pelas risadas do desafiante e os soluços da princesa. Enquanto ela chorava, Ecktor ria se deliciando com a situação do inimigo que parecia prestes a explodir.
Os sons estavam distorcidos, a luz começava a fugir do mundo assim como o ar de seus pulmões. Ashlen começava a pensar que perder de vez a consciência seria melhor. O sabor do próprio sangue infestava sua boca, o chão parecia fugir e as coisas aconteciam em câmera lenta. Não ouvia mais a voz do seu príncipe. Na verdade no meio da confusão que os sons viraram ele só conseguia distinguir dois, o riso divertido de Ecktor que em outras circunstancias seria o de um amigo intimo rindo de uma piada velha e nostálgica e a prece da princesa. “Não deixe meu príncipe lutar, por favor, não deixe.” Ashlen sentia nojo do som que Ecktor fazia mesmo tendo ele mesmo feito esse som enquanto matava homens das fileiras inimigas. A prece da princesa o fez lembrar-se que tinha uma chance mesmo não podendo mais ver o rosto do inimigo.
Chutou com a perna esquerda, sem efeito. Acabou prendendo o pé na cintura do homem. O riso aumentou de volume. Era tudo que podia ouvir. Não conseguia nem mesmo ouvir o seu pescoço estalar nas mãos do guerreiro sádico. Empurrou o pé esquerdo para baixo e deu uma joelhada no rosto do homem com o joelho protegido por malha e joelheira. Ecktor nem percebeu o golpe, muito menos tentou evitá-lo. Somente recuou alguns passos enquanto a multidão parecia em êxtase, seu maxilar estava deslocado e Ashlen cambaleava recuperando os sentidos.
A princesa gritou de alegria, para ela seu príncipe estava salvo naquele momento. O príncipe estava tenso, muito tenso e indeciso queria lutar e ganhar. Mas seria capas de vencer um guerreiro mais forte que Ashlen fora de um torneio, num duelo de arena? Talvez fosse impossível vencer esse homem assim. Sua esperança era torcer por Ashlen.
O homem vestido de dourado pôs o queixo no lugar com um estalo molhado parecido com os que se ouvem nos açougues. Muita gente se contorceu ao ouvir esse som vindo de um ser humano. Ecktor ria, mas agora cheio de ódio. Ashlen pegava sua espada no chão ainda sonso.
_Maldito, devia ter esperado e apagado. Agora vai doer Ashlen. Vai doer muito.
Nesse momento eles riram juntos pela ameaça, ambos sabiam que seria levada a cabo. Os dois sabiam que iria doer mais do que Ashlen queria. Ecktor pegou a sua espada e fincou-a no chão alguns passos distante de onde estava e fez sinal para a arquibancada. A torcida estava quase toda a favor dele agora.
O ar parecia vibrar o som ficava cada vez mais alto e bagunçado. Parecia um rugido interminável. Harfer numa maca com o braço enfaixado e entalado, porém ainda sangrando muito mais do que podia, fazia sinais para Ashlen, o guerreiro de dourado estava sempre um passo a frente. Estaria sempre um passo a frente de Ashlen, que ainda não podia ver direito, mas estava se aproveitando do tempo dado por Ecktor para se recuperar.
Ashlen tentou aproveitar mais ainda o momento com uma investida surpresa. Ecktor percebeu, rolou no chão e pegou a espada quebrada de Harfer no chão. Bloqueio perfeito, porém a lamina cedeu mais ainda. A lamina quente de Ashlen fez um corte superficial no pescoço do inimigo. O sangue encharcou o cabelo e sujou ainda mais a armadura. Ironicamente manchando a rosa branca de vermelho. O silêncio que a torcida fez até poder avaliar o dano foi demais para a princesa, ela viu o sangue escapando do ferimento no pescoço por entre os dedos enluvados do guerreiro e caiu nos braços do príncipe em um pranto descontrolado. Essa selvageria era desnecessária. Deveria ser uma festa com dança e música. O espetáculo de sangue não era o que ela queria, mesmo que o sangue tenha dado a ela tudo que tinha e teria.
A multidão voltou a fazer barulho quando Ecktor jogou o cabelo sujo de sangue para trás num gesto quase esnobe. Ashlen xingou baixo, mas mesmo que tivesse gritado a plenos pulmões não teria ouvido a própria voz. Até a princesa levantou para olhar do meio do choro tamanho o barulho que as pessoas faziam. Ela sentia a armadura do príncipe vibrar entre seus braços ressonando com a torcida inflamada.
Ecktor avançou e Ashlen recuou até que ele pudesse estar de novo com sua espada na mão. Os dois se olharam, trocaram um comprimento cordial e então Ashlen avançou como um louco e saltou a três passos de Ecktor, iria cortá-lo ao meio se acertasse. Ecktor correu, lançou a espada quebrada de Harfer na direção de Ashlen, acertou em cheio. A lamina fez uma chuva vermelha se misturar a areia fina da arena. Ela não atingiu nenhum osso pelo som, apenas os músculos de Ashlen que apesar da dor não se moveu um centímetro. Fez o ataque como deveria. A espada de Ecktor estava no caminho, porém não houve resistência. Ecktor se jogou de costas no chão aproveitando a corrida para escorregar por baixo de Ashlen. Seu próximo movimento calou o público. A espada atravessa o peito de Ashlen enquanto com a mão esquerda ele aproximava o inimigo desesperado, puxando-o pelo braço da espada. A luta havia acabado, antes de Ashlen desistir eles ainda dançaram despejando sangue no chão e urros de dor no ar.
Estrelas. Até onde os olhos podem alcançar apenas estrelas brilhando e do meio delas surge o homem que vestia o manto marrom agora vestido em cinza e verde e sem capuz. O rosto magro e as orelhas pontudas, os olhos escuros, porém gentis enquanto o sorriso animado e traiçoeiro é o verdadeiro semblante.
_ Venho pedir um favor.
_ Todos podem fazer desejos as estrelas. – A voz parecia vir de todos os lados.
_ Quero que uma criança tenha um augúrio especial. Quero sua benção maior para ela, quero sua marca nela. Essa criança especial nascerá de uma mulher dos homens. Dou a você um vislumbre do destino se me ajudar. – O silêncio durou pouco, mas poderia ter durado a eternidade, pois a resposta serie a mesma.
_ Sua criança será. Agora me de o destino que prometeu. – E o homem sorriu mais largo.
O deus dos caminhos, da sorte e do tempo pode ver até onde nenhum outro pôde. Nem o homem que lhe deu isso poderia olhar tão longe. Não houve mais deus do tempo, da sorte ou do caminho. Depois do choque com o destino havia apenas uma casca esperando para ser quebrada não houve mais palavras entre as estrelas, pois seu deus jamais se moveria de novo.
Curiosidade divina
Do meio da multidão um homem pula para o meio da arena. Armadura de batalha completa, parece impenetrável e pesada. Feita de um metal escuro, ornada ostensivamente com ouro nas extremidades, como se fosse um eclipse. No meio do peitoral três rosas, uma branca, uma negra e uma vermelha e brilhante, vermelho sangue. O homem avança em direção aos noivos. Um dos campeões vai aceitar o seu desafio.
Ashlen da a escolha para Harfer. O que é uma droga pensou Harfer, esse homem pode ser qualquer um, mas não é um qualquer. Se perder e Ashlen ganhar, vira imediatamente uma vergonha para o reino. Se deixar Ashlen lutar primeiro e esse ganhar a luta, vira uma vergonha igual. No fim, é melhor lutar e ter a chance de provar a si mesmo para todos os bastardos que não tem coragem de enfrentá-lo, mas tem coragem para difamá-lo.
_ Saque sua arma, começamos a lutar quando a princesa ordenar.
O homem tirou da bainha uma espada comum de lamina reta, provavelmente feita para o corte em golpes angulosos e não para estocadas. Pelo menos combina com a armadura que sugere um lutador lento e forte. Nenhum problema para Harfer.
A princesa olha em volta um pouco constrangida e procura a mão do príncipe, conseguindo o apoio que queria faz um meneio de cabeça e diz quase sem voz que podem começar.
Os dois homens se analisavam, Harfer fez uma mesura, quase uma zombaria de tão respeitosa. Vindo de qualquer outro provavelmente seria uma. Os dois arrastam os pés ao mesmo tempo, todos podem ouvir os pedriscos e a areia. A multidão faz silêncio completo. O primeiro movimento é de Harfer, uma estocada bem franca, porém feita com força e segurança. Como era esperado o guerreiro desvia do golpe que visava a fresta entre o pescoço e o elmo. Mais rápido que o esperado, inicialmente um movimento curto só com o tronco. Ao fim um giro de corpo e estava atrás de Harfer que evitou uma estocada com um salto lateral.
Leighann tapou os olhos e suspirou. Não tinha coragem de espiar. Ishtar e Ashlen vibravam, queriam os dois estar lá. O desafiante fez uma mesura como a de Harfer no começo e essa talvez fosse uma provocação. O campeão da princesa aceitou-a. Fez uma investida, dois passos largos, escudo na frente do corpo e a lamina escondida no escudo. O oponente cravou a espada no chão e esperou Harfer, quando teve a chance agarrou a aba superior do escudo e o puxou para baixo. Na posição em que estava, meio agachado um golpe de cima seria muito pouco provável e se fosse tentado poderia ser o fim da luta para Harfer. Estava certo, o golpe viria por baixo do escudo, chutou a espada fincada no chão para conseguir fugir da estocada do campeão que quase quebrou sua espada fina no chão. Harfer teve de fazer algumas acrobacias impossíveis para qualquer outro no seu lugar para evitar perder sua lamina. Alguns giros e estava de volta a sua pompa e com uma vantagem, é o único armado.
O desafiante aparentemente percebendo que Harfer era rápido, mesmo com a armadura que usava, e não iria cometer nenhum erro terrível no ataque resolveu atacar de mãos vazias. Três passos largos devido a distancia gerada pelas ultimas manobras, levou uma pancada do escudo na cabeça, mas conseguiu imobilizar o braço da espada e encostar o corpo no do adversário que o acertava repetidas vezes com o escudo tentando se afastar e livrar o braço que estava sendo esmagado e torcido. Um movimento rápido de pernas e Harfer já estava no chão desarmado, porém antes que pudesse fazer qualquer coisa ele já tinha apanhado a espada cravada no chão e estava de pé sorrindo afetado.
Toda multidão que estava muda gargalha da situação, os lutadores de armas trocadas. Num acordo silencioso feito em meio as gargalhadas eles fincam suas espadas no chão e fazem um circulo para destrocar as armas. Harfer da um passo lento e curto para o lado. O desafiante para frente aderindo a uma postura de luta diferente. Harfer avança numa carga cautelosa, o homem joga-lhe a espada que crava no escudo e perfura o braço de Harfer o deixando inútil e acabando com a carga. Antes que possa pensar no que fazer o atacante já o derrubou e arrancou a espada de seu braço.Tenta uma acrobacia mas o peso do escudo e do braço imóvel o atrapalham.
Depois de arrastar uns passos na areia tenta uma nova investida num estilo mais ofensivo, pois é tudo que pode fazer. O outro homem é acertado no elmo que fica amassado, porém o golpe foi aparado e a lamina de Harfer quebra devido ao modo como foi o choque. Um empurrão e uma ponta na garganta e Harfer desiste da luta possivelmente aleijado. O homem tira o elmo revelando um rosto tão belo quanto o dele ou até mais, Bronzeado de olhos azuis gelo e longos cabelos loiros. Se ajoelhou ao lado de Harfer e disse :
_ Meu nome é Ecktor, espero poder lutar ao seu lado. Agora deixe-me ajudá-lo a sair da arena com dignidade . Está sangrando muito, precisa de alguém para cuidar disso.
Harfer aceita a ajuda do homem. Zonzo, precisava mesmo de ajuda e talvez ao conseguir ajuda os sinos parassem.
_Vi o símbolo no interior do escudo, o deus da guerra se orgulharia de ter alguém assim como seguidor. É um bom guerreiro Harfer.
Uma nevoa fina cobria o chão, o frio imóvel do ar emprestava ao lugar um silêncio fantasmagórico. Algumas pedras pareciam sair da neblina como icebergs, enquanto alguns olhos vermelhos espreitavam uma dupla inusitada. Um homem vestido num manto preto e uma mulher.
A mulher estava vestida com fitas pretas que dançavam no ritmo de uma brisa suave que não existia. As pupilas vermelho rubi, a pele branca como a neve, os traços finos e angelicais e por fim um corpo voluptuoso que sozinho podia causar todas as guerras. O símbolo do deus da morte num broche de ouro entre os seios e uma espada presa a cintura eram tudo que tinha além das fitas.
_ Não quero um presente do seu senhor. -Ela dizia isso, pois sabia que não devia aceitar, mas era um desafio tentador e o único jeito de saber qual o plano dele. - Carregue isso com você quando sair.
Ninguém ouviu suas ultimas palavras. Ela olhava fixo para a esfera e via o casal mais poderoso dos homens tremer, os mais ferozes dos homens sangrar e via desejo e via inveja e via um homem numa armadura dourada e preta. Ecktor. Seria dela, sim seria dela o mais forte dos homens. Ela sabia que tinha caído num truque simples, mas agradeceria ao destino mais tarde.
Ashlen da a escolha para Harfer. O que é uma droga pensou Harfer, esse homem pode ser qualquer um, mas não é um qualquer. Se perder e Ashlen ganhar, vira imediatamente uma vergonha para o reino. Se deixar Ashlen lutar primeiro e esse ganhar a luta, vira uma vergonha igual. No fim, é melhor lutar e ter a chance de provar a si mesmo para todos os bastardos que não tem coragem de enfrentá-lo, mas tem coragem para difamá-lo.
_ Saque sua arma, começamos a lutar quando a princesa ordenar.
O homem tirou da bainha uma espada comum de lamina reta, provavelmente feita para o corte em golpes angulosos e não para estocadas. Pelo menos combina com a armadura que sugere um lutador lento e forte. Nenhum problema para Harfer.
A princesa olha em volta um pouco constrangida e procura a mão do príncipe, conseguindo o apoio que queria faz um meneio de cabeça e diz quase sem voz que podem começar.
Os dois homens se analisavam, Harfer fez uma mesura, quase uma zombaria de tão respeitosa. Vindo de qualquer outro provavelmente seria uma. Os dois arrastam os pés ao mesmo tempo, todos podem ouvir os pedriscos e a areia. A multidão faz silêncio completo. O primeiro movimento é de Harfer, uma estocada bem franca, porém feita com força e segurança. Como era esperado o guerreiro desvia do golpe que visava a fresta entre o pescoço e o elmo. Mais rápido que o esperado, inicialmente um movimento curto só com o tronco. Ao fim um giro de corpo e estava atrás de Harfer que evitou uma estocada com um salto lateral.
Leighann tapou os olhos e suspirou. Não tinha coragem de espiar. Ishtar e Ashlen vibravam, queriam os dois estar lá. O desafiante fez uma mesura como a de Harfer no começo e essa talvez fosse uma provocação. O campeão da princesa aceitou-a. Fez uma investida, dois passos largos, escudo na frente do corpo e a lamina escondida no escudo. O oponente cravou a espada no chão e esperou Harfer, quando teve a chance agarrou a aba superior do escudo e o puxou para baixo. Na posição em que estava, meio agachado um golpe de cima seria muito pouco provável e se fosse tentado poderia ser o fim da luta para Harfer. Estava certo, o golpe viria por baixo do escudo, chutou a espada fincada no chão para conseguir fugir da estocada do campeão que quase quebrou sua espada fina no chão. Harfer teve de fazer algumas acrobacias impossíveis para qualquer outro no seu lugar para evitar perder sua lamina. Alguns giros e estava de volta a sua pompa e com uma vantagem, é o único armado.
O desafiante aparentemente percebendo que Harfer era rápido, mesmo com a armadura que usava, e não iria cometer nenhum erro terrível no ataque resolveu atacar de mãos vazias. Três passos largos devido a distancia gerada pelas ultimas manobras, levou uma pancada do escudo na cabeça, mas conseguiu imobilizar o braço da espada e encostar o corpo no do adversário que o acertava repetidas vezes com o escudo tentando se afastar e livrar o braço que estava sendo esmagado e torcido. Um movimento rápido de pernas e Harfer já estava no chão desarmado, porém antes que pudesse fazer qualquer coisa ele já tinha apanhado a espada cravada no chão e estava de pé sorrindo afetado.
Toda multidão que estava muda gargalha da situação, os lutadores de armas trocadas. Num acordo silencioso feito em meio as gargalhadas eles fincam suas espadas no chão e fazem um circulo para destrocar as armas. Harfer da um passo lento e curto para o lado. O desafiante para frente aderindo a uma postura de luta diferente. Harfer avança numa carga cautelosa, o homem joga-lhe a espada que crava no escudo e perfura o braço de Harfer o deixando inútil e acabando com a carga. Antes que possa pensar no que fazer o atacante já o derrubou e arrancou a espada de seu braço.Tenta uma acrobacia mas o peso do escudo e do braço imóvel o atrapalham.
Depois de arrastar uns passos na areia tenta uma nova investida num estilo mais ofensivo, pois é tudo que pode fazer. O outro homem é acertado no elmo que fica amassado, porém o golpe foi aparado e a lamina de Harfer quebra devido ao modo como foi o choque. Um empurrão e uma ponta na garganta e Harfer desiste da luta possivelmente aleijado. O homem tira o elmo revelando um rosto tão belo quanto o dele ou até mais, Bronzeado de olhos azuis gelo e longos cabelos loiros. Se ajoelhou ao lado de Harfer e disse :
_ Meu nome é Ecktor, espero poder lutar ao seu lado. Agora deixe-me ajudá-lo a sair da arena com dignidade . Está sangrando muito, precisa de alguém para cuidar disso.
Harfer aceita a ajuda do homem. Zonzo, precisava mesmo de ajuda e talvez ao conseguir ajuda os sinos parassem.
_Vi o símbolo no interior do escudo, o deus da guerra se orgulharia de ter alguém assim como seguidor. É um bom guerreiro Harfer.
Uma nevoa fina cobria o chão, o frio imóvel do ar emprestava ao lugar um silêncio fantasmagórico. Algumas pedras pareciam sair da neblina como icebergs, enquanto alguns olhos vermelhos espreitavam uma dupla inusitada. Um homem vestido num manto preto e uma mulher.
A mulher estava vestida com fitas pretas que dançavam no ritmo de uma brisa suave que não existia. As pupilas vermelho rubi, a pele branca como a neve, os traços finos e angelicais e por fim um corpo voluptuoso que sozinho podia causar todas as guerras. O símbolo do deus da morte num broche de ouro entre os seios e uma espada presa a cintura eram tudo que tinha além das fitas.
_ Não quero um presente do seu senhor. -Ela dizia isso, pois sabia que não devia aceitar, mas era um desafio tentador e o único jeito de saber qual o plano dele. - Carregue isso com você quando sair.
Ninguém ouviu suas ultimas palavras. Ela olhava fixo para a esfera e via o casal mais poderoso dos homens tremer, os mais ferozes dos homens sangrar e via desejo e via inveja e via um homem numa armadura dourada e preta. Ecktor. Seria dela, sim seria dela o mais forte dos homens. Ela sabia que tinha caído num truque simples, mas agradeceria ao destino mais tarde.
Poeira e realeza
O casal real entrava na arena, a carruagem era aberta, os dois de pé sendo puxados pelos corcéis pretos e fortes usados desde que se pode lembrar pela realeza de Antharos. As pessoas jogando flores rosadas e alaranjadas. As chamas ardendo de varias cores na arena, completamente desnecessário, pois ainda é dia, parte da cerimônia. Os campeões ladeando o carro ornado em prata e platina com o brasão de Antharos na frente do carro e nas cabeças dos cavalos.
A cerimônia era para dar a todos uma oportunidade de se opor ao novo rei. Ao que seria o maior rei dos homens, e talvez fosse motivo da união entre dois reinos. Muitos aproveitavam a oportunidade para ter um duelo com o campeão ou tentar assassinar o rei. Nunca um rei morreu antes de receber a coroa.
O publico vibrava enquanto os campeões desafiavam a todos, brandiam as espadas, ameaçavam, gritavam, Harfer batia no escudo enquanto Ashlen batia no peito nu e cheio de cicatrizes. As cicatrizes de Ashlen fariam qualquer veterano ter vergonha de suas batalhas, ele parecia ter ido ao inferno e voltado. Pior, voltado mais forte e terrível. Os braços tinham cicatrizes também, assim como o rosto, as do rosto eram as menores e menos assustadoras. Ashlen sempre lutou com elmo reforçado. Já Harfer era conhecido pela habilidade com o escudo, mais mortal que muitas lanças e foices, nunca foi ferido gravemente o que é um orgulho e uma vergonha. O rosto imaculado era como um atestado de inexperiência, principalmente aliado a beleza quase feminina e o estilo de luta dançado.
Quebrando o silencio apenas um gotejar lento e distante. Uma vela cansada iluminava o lugar, porém não se via nada alem de uma mesa de madeira e o piso de pedra velha que parecia não ter fim. Somando-se ao gotejar o som de passos se torna cada vez mais alto. Apenas uma pessoa. Um homem num manto marrom escuro, ele leva a vela embora. A luz denuncia uma porta velha que da para um cômodo grande. Prateleiras imensas até aonde a luz chega. Bolas de vidro fosco do tamanho de laranjas se espalham por elas. Algumas delas parecem conter uma fumaça densa e agitada. O homem apanha uma delas e imediatamente ela brilha revelando um campo verde e um céu azul. Ela é posta de lado e o homem apanha outra esfera, que mostra uma arena num reino de homens.
_ Eu disse para procurar como um deles e decidiu ser um deles. Boa escolha. Vai sentir como eles, sofrer como eles, sangrar como eles e enfim vou te esmagar como um deles. Boa sorte senhor das espadas. Seu tempo vai acabar logo.
As sombras tremiam enquanto o homem falava como se suas palavras fossem a própria luz da vela. Um sorriso malicioso cortou seu rosto, estava começando a antecipar os fatos e pensar na vingança de Silen. Ela ainda nem conhecia o motivo da vingança, mas teria sua revanche e ele iria garantir isso imediatamente.
_ Leve isso a Silen- disse deixando a bola cristalina cair fosca no chão- Diga que é um presente, a curiosidade dela é maior que a prudência. Mesmo sabendo que não deve, ela vai olhar.
A cerimônia era para dar a todos uma oportunidade de se opor ao novo rei. Ao que seria o maior rei dos homens, e talvez fosse motivo da união entre dois reinos. Muitos aproveitavam a oportunidade para ter um duelo com o campeão ou tentar assassinar o rei. Nunca um rei morreu antes de receber a coroa.
O publico vibrava enquanto os campeões desafiavam a todos, brandiam as espadas, ameaçavam, gritavam, Harfer batia no escudo enquanto Ashlen batia no peito nu e cheio de cicatrizes. As cicatrizes de Ashlen fariam qualquer veterano ter vergonha de suas batalhas, ele parecia ter ido ao inferno e voltado. Pior, voltado mais forte e terrível. Os braços tinham cicatrizes também, assim como o rosto, as do rosto eram as menores e menos assustadoras. Ashlen sempre lutou com elmo reforçado. Já Harfer era conhecido pela habilidade com o escudo, mais mortal que muitas lanças e foices, nunca foi ferido gravemente o que é um orgulho e uma vergonha. O rosto imaculado era como um atestado de inexperiência, principalmente aliado a beleza quase feminina e o estilo de luta dançado.
Quebrando o silencio apenas um gotejar lento e distante. Uma vela cansada iluminava o lugar, porém não se via nada alem de uma mesa de madeira e o piso de pedra velha que parecia não ter fim. Somando-se ao gotejar o som de passos se torna cada vez mais alto. Apenas uma pessoa. Um homem num manto marrom escuro, ele leva a vela embora. A luz denuncia uma porta velha que da para um cômodo grande. Prateleiras imensas até aonde a luz chega. Bolas de vidro fosco do tamanho de laranjas se espalham por elas. Algumas delas parecem conter uma fumaça densa e agitada. O homem apanha uma delas e imediatamente ela brilha revelando um campo verde e um céu azul. Ela é posta de lado e o homem apanha outra esfera, que mostra uma arena num reino de homens.
_ Eu disse para procurar como um deles e decidiu ser um deles. Boa escolha. Vai sentir como eles, sofrer como eles, sangrar como eles e enfim vou te esmagar como um deles. Boa sorte senhor das espadas. Seu tempo vai acabar logo.
As sombras tremiam enquanto o homem falava como se suas palavras fossem a própria luz da vela. Um sorriso malicioso cortou seu rosto, estava começando a antecipar os fatos e pensar na vingança de Silen. Ela ainda nem conhecia o motivo da vingança, mas teria sua revanche e ele iria garantir isso imediatamente.
_ Leve isso a Silen- disse deixando a bola cristalina cair fosca no chão- Diga que é um presente, a curiosidade dela é maior que a prudência. Mesmo sabendo que não deve, ela vai olhar.
De principe a rei
O rei de Arckthee chegava ao quarto do filho, os passos pesados e lentos denunciavam o período de paz e prosperidade de seu reino. Esperava uma resposta, uma resposta obvia. O príncipe daria a ele tudo que pedisse, não importava o que poderia ser melhor para Antharos, menos ainda importava o que precisavam seus súditos. Só importavam os escravos das guerras vindouras e ouro dos tratados.
Somente Ishtar e Carlos no quarto junto deles varias jóias e armas decorativas, na parede a espada do rei de Antharos que seria de Ishtar essa noite. A roupa do rei para o casamento era uma armadura que parecia pesar uma tonelada, e era mesmo pesada, era necessário treinar muito para estar elegante nela. Era linda, completamente ornada, sem pedras, só metal, muitos metais, parecia o por do sol.
_ Não vou espoliar meu povo, pai.
_ Você se sente o rei e nem sequer viu por debaixo daquele vestido de florista.
_ Pai, se minha voz declara guerra contra o seu reino...
O príncipe deteve-se, talvez pela raiva que sentia do pai ou então por ressentir seu afastamento inevitável.
_Diga garoto, diga que os campos que lhe alimentaram beberiam o sangue de homens que lutariam até a morte pela sua honra.
_Pai, esse reino não vai ser seu pelas minhas mãos. Não se torne um inimigo de Antharos. O rei não irá perdoá-lo.
Ishtar diz isso não mais olhando para o pai e sim para a espada na parede.
_Sua lealdade não pertence a essas pessoas, a essa mulher, menina. Ajude seu povo. São apenas acordos e taxas, confrontos inevitáveis. Você é muito petulante de me ameaçar.
_ Pai, eu falo de soberania, justiça, dever. Quer que eu abdique aos três? Nunca. Não há nada mais sagrado.
_ Você diz essas bobagens, mas sabe que só se importa em receber a aprovação daquela menina. Uma menina. Nem dezessete anos e já é sua dona. Fique com ela, não espere meu brasão essa noite na cerimônia, vou agora mesmo. Não ouse também esperar ser bem recebido em minhas terras de novo, rapaz idiota.
O rei vira as costas para o filho. Nunca esperava isso dele. Do gentil Ishtar, o filho mais novo e mais fraco. Não era mais seu filho, era marido da flor de Antharos.
_ Boa viagem, não esqueça os presentes para sua rainha.
_ Quando não tiver mais nada que ela queira de você nem mesmo sua mãe vai o aceitar de volta.
_ Imbecil. Se fosse mais esperto veria que no dia da sua morte eu estarei ao lado de seu caixão, pois ela terá pena de você. Ela vai jogar flores vermelhas e brancas no seu tumulo e vai me obrigar a engolir toda a verdade que eu deveria te dizer. Nesse dia eu lembrarei de hoje. Meu brasão vai estar exposto, pois todos vão saber que minha rainha o perdoou.
O rei sai apressado. Deixa o castelo e logo está aos portões dos muros da cidade saindo irritado junto com meia dúzia de servos. Os outros iriam depois, alguns somente depois da cerimônia, mas o brasão real ia com ele. O campeão ficava para uma cerimônia que precedia o casamento, os campeões de ambos os cônjuges iriam defender o direito deles de casar, no caso o príncipe lutaria se eles perdessem. Alguns tinham esperanças, outros sabiam que nenhum mortal poderia vencer Ashlen o campeão de Ishtar, nem mesmo o príncipe, talvez apenas Harfer o campeão de Antharos. Mesmo assim Harfer ainda teria de lutar anos para se igualar a Ashlen e suas cicatrizes.
O jardim era literalmente infinito, não tinha fim e era o mesmo sempre. No lugar escolhido como centro um castelo de ouro e cristal suspenso no ar. As bandeiras e os brasões vermelhos tingidos com sangue. O único vermelho. O céu é azul claro desafiando o eclipse constante do enorme sol que deveria brilhar soberano, tudo de acordo com os desejos, as vontades dele. Exceto que o castelo está vazio. Nenhuma alma, os salões vazios nos quais a música são os passos solitários do soberano. O brasão de três rosas na armadura, uma vermelha, uma negra e uma branca.
O silencio se faz total enquanto ele observa seu próximo desejo, o homem está parado diante de um arco onde o que se vê é a cidade de Arghan a capital de Antharos. No meio da cidade a grande arena onde uma cerimônia de contestação acontecia todos os lugares lotados, todos os nobres de Antharos, os mais influentes do resto do mundo. Bem no meio da arena a flor que ele ainda não tinha,
Leighann. Teria tudo que desejasse.
Somente Ishtar e Carlos no quarto junto deles varias jóias e armas decorativas, na parede a espada do rei de Antharos que seria de Ishtar essa noite. A roupa do rei para o casamento era uma armadura que parecia pesar uma tonelada, e era mesmo pesada, era necessário treinar muito para estar elegante nela. Era linda, completamente ornada, sem pedras, só metal, muitos metais, parecia o por do sol.
_ Não vou espoliar meu povo, pai.
_ Você se sente o rei e nem sequer viu por debaixo daquele vestido de florista.
_ Pai, se minha voz declara guerra contra o seu reino...
O príncipe deteve-se, talvez pela raiva que sentia do pai ou então por ressentir seu afastamento inevitável.
_Diga garoto, diga que os campos que lhe alimentaram beberiam o sangue de homens que lutariam até a morte pela sua honra.
_Pai, esse reino não vai ser seu pelas minhas mãos. Não se torne um inimigo de Antharos. O rei não irá perdoá-lo.
Ishtar diz isso não mais olhando para o pai e sim para a espada na parede.
_Sua lealdade não pertence a essas pessoas, a essa mulher, menina. Ajude seu povo. São apenas acordos e taxas, confrontos inevitáveis. Você é muito petulante de me ameaçar.
_ Pai, eu falo de soberania, justiça, dever. Quer que eu abdique aos três? Nunca. Não há nada mais sagrado.
_ Você diz essas bobagens, mas sabe que só se importa em receber a aprovação daquela menina. Uma menina. Nem dezessete anos e já é sua dona. Fique com ela, não espere meu brasão essa noite na cerimônia, vou agora mesmo. Não ouse também esperar ser bem recebido em minhas terras de novo, rapaz idiota.
O rei vira as costas para o filho. Nunca esperava isso dele. Do gentil Ishtar, o filho mais novo e mais fraco. Não era mais seu filho, era marido da flor de Antharos.
_ Boa viagem, não esqueça os presentes para sua rainha.
_ Quando não tiver mais nada que ela queira de você nem mesmo sua mãe vai o aceitar de volta.
_ Imbecil. Se fosse mais esperto veria que no dia da sua morte eu estarei ao lado de seu caixão, pois ela terá pena de você. Ela vai jogar flores vermelhas e brancas no seu tumulo e vai me obrigar a engolir toda a verdade que eu deveria te dizer. Nesse dia eu lembrarei de hoje. Meu brasão vai estar exposto, pois todos vão saber que minha rainha o perdoou.
O rei sai apressado. Deixa o castelo e logo está aos portões dos muros da cidade saindo irritado junto com meia dúzia de servos. Os outros iriam depois, alguns somente depois da cerimônia, mas o brasão real ia com ele. O campeão ficava para uma cerimônia que precedia o casamento, os campeões de ambos os cônjuges iriam defender o direito deles de casar, no caso o príncipe lutaria se eles perdessem. Alguns tinham esperanças, outros sabiam que nenhum mortal poderia vencer Ashlen o campeão de Ishtar, nem mesmo o príncipe, talvez apenas Harfer o campeão de Antharos. Mesmo assim Harfer ainda teria de lutar anos para se igualar a Ashlen e suas cicatrizes.
O jardim era literalmente infinito, não tinha fim e era o mesmo sempre. No lugar escolhido como centro um castelo de ouro e cristal suspenso no ar. As bandeiras e os brasões vermelhos tingidos com sangue. O único vermelho. O céu é azul claro desafiando o eclipse constante do enorme sol que deveria brilhar soberano, tudo de acordo com os desejos, as vontades dele. Exceto que o castelo está vazio. Nenhuma alma, os salões vazios nos quais a música são os passos solitários do soberano. O brasão de três rosas na armadura, uma vermelha, uma negra e uma branca.
O silencio se faz total enquanto ele observa seu próximo desejo, o homem está parado diante de um arco onde o que se vê é a cidade de Arghan a capital de Antharos. No meio da cidade a grande arena onde uma cerimônia de contestação acontecia todos os lugares lotados, todos os nobres de Antharos, os mais influentes do resto do mundo. Bem no meio da arena a flor que ele ainda não tinha,
Os dois
Então todos os sons cessaram, apenas a consciência da própria existência. Lenta e suavemente as possibilidades se apresentaram, teria todas as que desejasse, não desejaria todas. Jamais desperdiçar um desejo, desperdice uma vida, um amor, um sonho. Desejos são o único sagrado.
Mais alto que a música das harpas era o clamor da multidão. As harpas eram grandes e bonitas, quase rústicas. Três pessoas tocavam cada uma delas por vez. Os trovadores não ousavam poemas ou historias apenas flautas doces e transversas. A princesa iria se casar. A princesa do rei que morreu ha anos. Doze anos de Governo do irmão, irmão que perde hoje o trono para o príncipe estrangeiro. Ishtar, cabelos da cor da escuridão, olhos de um azul puro, quase inumano, como o céu. Mais bela que ele, a princesa, Leighann é como a chamam. Os olhos sempre felizes, como se vissem uma estrela que não brilhasse para mais nenhum mortal.
O par de mãos dadas atravessou a multidão. Sem guardas, apenas o campeão do príncipe e o campeão do reino de Antharos, reino da princesa. Esses dois apenas decoração, insistência da aristocracia. O povo os amava, era impossível não amá-los se você tivesse vivido em Antharos. Todo morador já tinha visto a princesa fugindo do castelo. Quase todo já tinha a levado de volta junto com meia dúzia de guardas.
O príncipe era uma visita comemorada, infante do reino visinho, Arckthee, sempre envolvido em problemas com todo tipo de travessura e sempre jogando dinheiro ao vento. Tornou-se odiado pelos cavaleiros do reino no ano no qual foi o vencedor do torneio de justas. Seus servos dizem que é um senhor gentil como parece ser. Nunca perde na justa. Sempre adorou Leighann, desde quando a viu com seu vestido marrom de vendedora de flores, seu disfarce preferido que só funciona com forasteiros. Na ocasião seu pai a recompensou com uma moeda de platina por uma informação, a menina mal tinha oito anos e já era dona do coração de Ishtar, na época um desajeitado completo cheio de moedas.
Hoje os dois se casam, agora os dois se desvencilham do carinho das pessoas e se recolhem ao castelo de pedras escuras, são três castelos e um para cada ocasião.
_ Você ainda tem a moeda que meu pai lhe deu ?
_ Nada deixa meu covil de recordações, ela está lá.
A princesa parecia uma criança dizendo isso, fez ate o olhar travesso que ele adorava em segredo. Sim, ela sabia, sempre sabia.
_ Uma caixa de madeira, ouro e veludo é o seu covil? Então não me aterrorize com como chama o seu quarto. Quando vai me mostrar a caixa?
A expressão suplicante de Ishtar não a comoveu mais que as caricias em sua mão e essas não a comoveram nem um pouco.
_ Já te dei o maior reino dos homens e mais bonita das mulheres...
Príncipe atrevido, sabia o que ela diria. Não a deixou terminar.
_ Ah, sei o que tenho. Das companheiras a melhor, a mais forte, a eterna. Mas não é minha de verdade enquanto se guarda de mim. Tem todos os meus segredos, minha vida inteira é sua.
Ele fitava o próprio reflexo nas pedras pretas polidas do piso. Suspirou triste, sabia que o sorriso dela dizia que morreria por ele e mesmo assim ele jamais veria o conteúdo da caixa. Continuou.
_ Perdão, rainhas tem segredos. Todas elas. Guarde os seus segredos bem confortáveis. Agora preciso deixar você se arrumar. Não pode se casar com esse vestido de menina das flores.
Leighann sorriu, ele sempre sedia. Estava ansiosa para ver o seu corpo no vestido novo. Beijou o príncipe e o apressou para sair. Logo que o reflexo dele deixou o espelho a princesa suspirou cheia de uma culpa que ainda não tinha.
_ Uma rainha. A mais bela sim meu príncipe, não a melhor.
Mais alto que a música das harpas era o clamor da multidão. As harpas eram grandes e bonitas, quase rústicas. Três pessoas tocavam cada uma delas por vez. Os trovadores não ousavam poemas ou historias apenas flautas doces e transversas. A princesa iria se casar. A princesa do rei que morreu ha anos. Doze anos de Governo do irmão, irmão que perde hoje o trono para o príncipe estrangeiro. Ishtar, cabelos da cor da escuridão, olhos de um azul puro, quase inumano, como o céu. Mais bela que ele, a princesa, Leighann é como a chamam. Os olhos sempre felizes, como se vissem uma estrela que não brilhasse para mais nenhum mortal.
O par de mãos dadas atravessou a multidão. Sem guardas, apenas o campeão do príncipe e o campeão do reino de Antharos, reino da princesa. Esses dois apenas decoração, insistência da aristocracia. O povo os amava, era impossível não amá-los se você tivesse vivido em Antharos. Todo morador já tinha visto a princesa fugindo do castelo. Quase todo já tinha a levado de volta junto com meia dúzia de guardas.
O príncipe era uma visita comemorada, infante do reino visinho, Arckthee, sempre envolvido em problemas com todo tipo de travessura e sempre jogando dinheiro ao vento. Tornou-se odiado pelos cavaleiros do reino no ano no qual foi o vencedor do torneio de justas. Seus servos dizem que é um senhor gentil como parece ser. Nunca perde na justa. Sempre adorou Leighann, desde quando a viu com seu vestido marrom de vendedora de flores, seu disfarce preferido que só funciona com forasteiros. Na ocasião seu pai a recompensou com uma moeda de platina por uma informação, a menina mal tinha oito anos e já era dona do coração de Ishtar, na época um desajeitado completo cheio de moedas.
Hoje os dois se casam, agora os dois se desvencilham do carinho das pessoas e se recolhem ao castelo de pedras escuras, são três castelos e um para cada ocasião.
_ Você ainda tem a moeda que meu pai lhe deu ?
_ Nada deixa meu covil de recordações, ela está lá.
A princesa parecia uma criança dizendo isso, fez ate o olhar travesso que ele adorava em segredo. Sim, ela sabia, sempre sabia.
_ Uma caixa de madeira, ouro e veludo é o seu covil? Então não me aterrorize com como chama o seu quarto. Quando vai me mostrar a caixa?
A expressão suplicante de Ishtar não a comoveu mais que as caricias em sua mão e essas não a comoveram nem um pouco.
_ Já te dei o maior reino dos homens e mais bonita das mulheres...
Príncipe atrevido, sabia o que ela diria. Não a deixou terminar.
_ Ah, sei o que tenho. Das companheiras a melhor, a mais forte, a eterna. Mas não é minha de verdade enquanto se guarda de mim. Tem todos os meus segredos, minha vida inteira é sua.
Ele fitava o próprio reflexo nas pedras pretas polidas do piso. Suspirou triste, sabia que o sorriso dela dizia que morreria por ele e mesmo assim ele jamais veria o conteúdo da caixa. Continuou.
_ Perdão, rainhas tem segredos. Todas elas. Guarde os seus segredos bem confortáveis. Agora preciso deixar você se arrumar. Não pode se casar com esse vestido de menina das flores.
Leighann sorriu, ele sempre sedia. Estava ansiosa para ver o seu corpo no vestido novo. Beijou o príncipe e o apressou para sair. Logo que o reflexo dele deixou o espelho a princesa suspirou cheia de uma culpa que ainda não tinha.
_ Uma rainha. A mais bela sim meu príncipe, não a melhor.
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